6 de jun. de 2007

Parabéns BOA VIAGEM!!!

Capela deu início ao bairro de Boa Viagem

No dia 6 de junho de 1707, Balthazar da Costa Passos doou uma porção de terras ao padre Leandro Camelo para construção da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, de acordo com a historiadora Clarissa Nunes Maia. A história do bairro começa assim, e o registro dessa doação é a certidão de nascimento de Boa Viagem.

Clarissa Nunes, uma das organizadoras da exposição montada pela paróquia para comemorar a data, informa que a primeira missa na capela foi celebrada em 1730, mas o templo só ficou pronto em 1743. Passou por reformas ao longo dos séculos e as primeiras habitações surgem no entorno da igreja, atual matriz do bairro. No princípio, a capela era freqüentada por viajantes e romeiros. Não havia moradores.

O arquiteto da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Geraldo Gomes faz uma ressalva ao aniversário. Segundo ele, a ocupação no local se dá apenas na década de 20 do século 20. “Boa Viagem só se configura como bairro quando se liga ao Recife e isso acontece nos anos 50, com a inauguração da Ponte do Pina”, diz ele.

Conforme Geraldo Gomes, a primeira ponte era metálica e passava um carro por vez, no estilo pare-siga. Com a ponte de concreto, Boa Viagem se consolida. “Os 300 anos são da igreja que deu origem ao bairro”, pondera. Para ele, “a especulação imobiliária superou a qualidade arquitetônica das construções, com raras exceções”.

O professor destaca o Edifício Acaiaca, um dos primeiros prédios da orla, projetado em 1958 por Delfim Amorim (1917-1972). “É o único com todas as janelas dos quartos e da sala voltadas para o nascente porque naquela época o terreno não era tão valorizado. Tem ventilação natural. Depois, os edifícios foram construídos de forma perpendicular no terreno.” Também cita uma casa “moderníssima”, projeto de Oscar Niemeyer no Segundo Jardim de Boa Viagem, derrubada há alguns anos.

Não fosse isso, o Recife já teria uma obra de Niemeyer. No momento, a cidade reclama da proposta da prefeitura de construir um centro cultural e de lazer, assinado pelo famoso arquiteto, nos terrenos do futuro Parque Dona Lindu. Moradores de vários bairros defendem um parque verde em Boa Viagem, para amenizar o adensamento construtivo. Sugerem que o projeto de Niemeyer (teatro, sala para exposições, lojas e restaurantes) ocupe outra área da cidade.

A prefeitura mantém o centro cultural, mas aumentou a área verde. Agora são 27% de área construída (antes eram 50%) e 73% de área verde e solo natural.

TEXTO DO JC ONLINE

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